sexta-feira, 7 de março de 2008

EGOÍSMO

O poema em forma de licor deve ser segurado, saboreado, vivido até ao limite… Sem medos nem fronteiras. A realidade tem, necessariamente, de ficar do lado de fora. Aqui só cabe o sonho, a tempestade e a bonança, o susto e o sossego… Deve ser agarrado pelas mãos, fechadas em copas, como quem dá guarida a um passarinho ferido que ainda não está pronto para voar… Mesmo depois, quando o pássaro quiser sair, já sarado, tem de prevalecer o egoísmo poético que tempera a vida, de quem protela o regresso à realidade.
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Espera um pouco passarinho, deixa que outro poema tome o teu lugar…

JP