quarta-feira, 23 de julho de 2008

IR

Vais levada pela agonia do sopro
És pétala caída, não arrancada
Perdeste a pigmentação até à transparência
Frágil te encontras, pétala.
Quem te viu um dia, em alicerce coroal, não esquece…

Eu, não esqueço.

Resolvo em mim, o desejo que nutro.
Ganha cor, vamos!
Fortalece-te fragilizando-te, pétala!
Descerra a seiva que te resta em paz,
E volta a envolver a coroa floral,
Que um dia brotou em leves partículas
Aromas quentes da pele
E cintilantes da água dos olhos

Não é o que aí vem que nos faz ir,
É o ir, que nos mostra o que vem de lá…
.
JP