segunda-feira, 5 de maio de 2008

INEM

No crepuscular olhar do tempo sobre as coisas,
Desfocamos a nitidez da vista…
E vemos névoa brilhante de fogo.
Que arde, que me arde, que me queima
E sinaliza o percurso de urgência.

Desafias-me no verbo
Não nutres dúvida no sucesso,
Suportas-me a vida sem chamada,
Garantes-me o desfibrilhar que bombeia
Sangue Sangrado, que não tem de ser Bola Preta*

Ressuscitas-me, vivendo…

Bum Bum... Bum Bum... Bum Bum... Está a bater, juro!
Leva o teu suporte daqui porque me reanimaste...
Assim me juntas à vida de tantas vividas, que só não se perdem, porque tantos como tu, as encontram...
E me afogam de orgulho.
.
És um deles. Dos que salvam...
Dos que se comovem no escuro
Em cada vida que trazem,
Em cada Bola que se aclara
Na distância que teima em não se encurtar...
.
Por vezes, chegas a tempo. E isso vale tanto, SALVADOR.
.
Basta que uma regresse, em cada mil que não.
É sempre uma que... Bum Bum... Bum Bum... Bum Bum...
.
*Gíria dos que salvam para se referirem aos que a distância ou o inevitável ou ambas, não permitem salvar.

JP