sexta-feira, 27 de junho de 2008

OUÇO-ME

De facto tendo, excessivamente, a escrever na primeira pessoa do Verbo. Não controlo o exercício, confesso.
Sou, como que possuído. Encerrado numa força que não derroto. Nem tento.
Pára-me o cérebro e escreve só o corpo. Sozinho e vencido...

Dou-me conta só quando me leio.
Mas dou.
Não sujo folhas brancas só porque estão nuas.
Não escrevo a calendário.
Rabisco quando entro, distraidamente, em agonia desabafante…

A questão é que, de facto, desabafo.
Alivio a peso de letra, o peso que trago.
Transbordo de mim em cada palavra.

Não me levem a mal as repetições em figura e estilo, mas é tão bom conversar comigo.
Ouço-me.
E é só isso...

JP